A Câmara dos Deputados, que deveria ser um ambiente de debate político democrático, testemunhou uma confusão entre parlamentares no Conselho de Ética na última quarta-feira (5/6). Os ânimos dos congressistas se afloraram durante reunião que analisava denúncia contra o deputado André Janones (Avante-MG), suspeito de ter praticado “rachadinha”. A balbúrdia desencadeou ação dos líderes da Casa Baixa, que estudam medidas para evitar novos episódios.
Depois da confusão, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu a um grupo técnico um levantamento sobre potenciais alterações no regimento interno da Casa. No entanto, até o momento, não há definição sobre o assunto.
Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), deverá se reunir com os demais líderes da Casa para discutir o caso nos próximos dias.
Os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC) se posicionaram atrás de Janones, que estava na primeira fila da sessão, e proferiram xingamentos contra o deputado do Avante, que respondeu e chamou os deputados do PL de “gado”.
A situação ganhou força quando Nikolas e Janones ameaçaram se agredir fisicamente. O presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), precisou chamar a Polícia Legislativa para intervir e conter os deputados.
Bate-boca na Câmara
A semana na Câmara dos Deputados também foi marcada por discussão entre parlamentares. A deputada Luiza Erundina (PSol-SP) passou mal na quarta, quando defendia o Projeto de Lei (PL) nº 1.156/2021, que prevê a identificação de lugares de repressão política utilizados por agentes da ditadura militar (1964-1985). Na ocasião, Marco Feliciano (PL-SP) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) defendiam a retirada de pauta da matéria.
Vejo o momento:
Erundina chegou a ser internada na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital de Brasília, mas já foi transferida para o quarto e tem quadro de saúde estável.
Já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, a discussão foi protagonizada pelas deputadas federais Coronel Fernanda (PL-MT) e Sâmia Bomfim (PSol-SP).
Sâmia chamou o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que é relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/23, que torna crime a posse e o porte de qualquer quantidade de droga, de “traficante de madeira”. Foi quando Coronel Fernanda assumiu a defesa do colega partidário e mencionou a morte de Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão de Sâmia.
“Ela [Sâmia] não concordar com o tema não dá o direito dela ofender nenhum deputado […] Se ela está tratando de traficante, ela tem que tratar com pessoas do morro do Rio de Janeiro que cometeram crime gravíssimo e ela sabe qual eu estou falando. Respeito é bom e a gente gosta”, afirmou a deputada Coronel Fernanda. O caso foi levado ao Conselho de Ética.
Fonte: Metropoles