Antônia Ione Rodrigues da Silva, cozinheira da Polícia Militar assassinada por faccionados, recebeu, neste sábado (6/12), uma homenagem póstuma com um monumento no município de Saboeiro, interior do Ceará. De acordo com a investigação, Antônia teria sido aliciada por integrantes de uma facção ligada ao Comando Vermelho (CV) para envenenar a comida dos policiais. Ao se recusar, ela passou a ser ameaçada e foi morta em casa, na frente de seus filhos.
A escultura, erguida no município onde Antônia morava, representa um ato de resistência ao crime coordenado no Ceará, que é tido o estado mais violento do país devido ao conflito sangrento entre facções na área, segundo a pesquisa do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025. O monumento de cor marrom expõe os desenhos e traços de uma mulher, simbolizando Antônia, que deixou amigos, familiares e dois filhos para trás com sua morte.
2 imagens1 de 2Faccionados do CV matam cozinheira depois de se recusar a envenenar PMs
Reprodução / Redes sociais2 de 2ex-cozinheira da PM morta por faccionados recebe homenagem póstuma
Reprodução/Redes Sociais Entenda a tragédia Antônia, de 45 anos, que trabalhou como cozinheira em uma unidade da Polícia Militar do Ceará, foi executada a tiros dentro de casa em Saboeiro (CE), na frente dos dois filhos da vítima, incluindo uma moça de 12 anos. A mulher teria sido coagida por bandidos de uma facção do Ceará ligada ao Comando Vermelho (CV) para envenenar a comida que ela servia aos policiais. Ao se negar, os faccionados passaram a ameaçá-la e, na noite de um sábado, em 18 de outubro deste ano, Antônia foi vítima de assassinato. No depoimento, o filho da vítima relatou que o adolescente já havia ameaçado a mãe dias antes do crime. Policiais militares disseram que Antônia, em conversa anterior, afirmou que não envenenaria a comida deles — e que chegou a dizer que só faria mal a quem “gosta de vagabundo, mas não da polícia”, conforme relatos colhidos pelos investigadores. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou a prisão em flagrante de dois homens, de 20 e 21 anos, e a apreensão de um adolescente suspeitos de participação no homicídio. O caso continua em investigação para saber mais osbre a motivação e os possíveis mandantes do crime Antônia Ione era conhecida como “Bira”, mãe de dois filhos e atuava preparando a comida que era servida aos policiais dentro da coporação. O núcleo familiar de Antônia será indenizado no valor de R$ 150.000,00 através do poder Executivo do Ceará.
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O ato de homenagem a Antônia teve apoio de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), criadores do partido político Missão, que estiveram no local para prestar tributo à vida de Antônia e repreenderam o crime coordenado em suas declarações.
Com informações Metropoles

