O governo federal arrecadou R$ 60,6 bilhões com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) entre janeiro e setembro de 2025. O número é 15,43% maior do que o arrecadado no ano passado, quando registrou R$ 52,5 bilhões no mesmo momento.
Apenas no mês de setembro, a arrecadação foi de R$ 8,44 bilhões, aumento de 33,42% em relação ao mesmo momento do ano passado, quando foram recolhidos R$ 6,33 bilhões — uma diferença de por volta de R$ 2,1 bilhões.
As informações foram divulgados na próxima quinta (23/10) através da Receita Federal.
O IOF é alvo de polêmica entre governo Lula e Congresso Nacional. O impasse entre Legislativo e Executivo foi iniciado depois de o governo publicar um decreto de aumento na taxação do IOF. No mesmo dia, depois de repercussão negativa, o governo voltou atrás e derrubou parte do decreto.
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Veja a arrecadação com impostos, contribuições e demais receitas em cada mês do ano: Janeiro: R$ 301,2 bilhões Fevereiro: R$ 202,4 bilhões Março: R$ 209,7 bilhões Abril: R$ 247,7 bilhões Maio: R$ 230 bilhões Junho: R$ 234,6 bilhões Julho: R$ 254,2 bilhões Agosto: R$ 208,791 bilhões Setembro: R$ 216,727 bilhões Veja a linha do tempo sobre o impasse do IOF: 22 de maio – A equipe econômica do governo federal anuncia um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento. Ainda no mesmo dia, publica um decreto elevando as alíquotas do IOF para operações de crédito, câmbio e seguros. 22 de maio (à tarde) – Diante da forte pressão do setor produtivo, o governo recua parcialmente e edita pontos do decreto do IOF horas depois. Mercado financeiro e o Congresso reagem mal. Os parlamentares pressionaram o Planalto a buscar alternativas. 23 de maio – Com o recuo do governo, o mercado se recupera: o dólar cai e a Ibovespa, bolsa de valores, fecha em alta. 23 de maio – A oposição começa a articular a derrubada do decreto presidencial, mas o tema ainda não entra de forma oficial na pauta do Congresso. 28 de maio – Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, entram no jogo para negociar com o Planalto. Ao final da reunião, Motta e Alcolumbre dão um período de 10 dias para que o Planalto apresentasse as ações alternativas ao IOF. 29 de maio – O governo confirma que apresentará uma nova proposta dentro do período e sinaliza a intenção de discutir uma reforma estrutural nas contas públicas. 2 de junho – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se compromete a apresentar alternativas ao Congresso para compensar o recuo parcial do aumento do IOF. 8 de junho – Reunião entre Haddad, Motta, Alcolumbre, alguns ministros e chefes das Casas termina em acordo: publicar uma medida provisória com medidas alternativas e rever itens do decreto IOF. 11 de junho – O Planalto publica a MP com medidas compensatórias ao recuo no IOF. 12 de junho – Dias depois, Motta recua e pauta a votação para aprovar a derrubada do decreto do IOF. A mudança de direcionamento foi mal vista através do governo. 25 de junho – O Congresso aprova o projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do aumento do IOF determinado por Lula. 27 de junho – O presidente Lula pede à AGU que avalie a possibilidade de judicializar a questão. 1º de julho – A AGU anuncia que trará o caso ao Supremo Tribunal Federal, alegando que o Congresso extrapolou as competências constitucionais ao anular o decreto. 4 de julho – O ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspende tanto o decreto presidencial quanto o decreto legislativo. Moraes convoca uma audiência de conciliação entre os Poderes para terça-feira (15/7). 15 de julho – Data da mediação no STF entre Executivo e Legislativo para buscar uma solução institucional para o impasse em torno do IOF. Está prevista a discussão dos limites constitucionais de atuação de cada Poder. 15 de julho – A reunião termina sem que Congresso e Planalto cheguem a um acordo. 16 de julho – O ministro Alexandre de Moraes preserva eficácia de decreto do governo, mas revoga segmento referente às operações de risco sacado, um adiantamento que os bancos concedem a empresas que realizaram vendas a período. 8 de outubro — A Câmara dos Deputados retirou a apreciação da MP do IOF da pauta do dia, fazendo com que o texto perdesse a vigência sem ser votado.
Com informações Metropoles

